CADA REUNIÃO DE AL-ANON DÁ-ME MAIS CONSCIÊNCIA DE MIM

Um amigo, membro de AA sugeriu-me que assistisse às reuniões de Al-Anon. Foi a melhor e mais amigável sugestão que me poderia ter dado.

Após anos a assistir às reuniões cheias de experiências e sabedoria conheço-me melhor a mim mesma.

Para mim, Al-Anon é uma viagem de passagem de uma vida de desorientação, esquecimento de mim e desilusão para uma vida de ordem, espiritualidade e amizade. Em cada reunião aprendo uma melhor maneira de viver para alcançar e ter serenidade.

Anónimo

COMO CAUSO DANO A MIM MESMA

Entendi como é fácil voltar aos meus antigos pensamentos e comportamentos, se não estou atenta. Uma manhã, preparava-me para sair para comprar o jornal e vi um atacador de sapato no meio do hall de entrada. Pensei que fosse um dos filhos que o tinha deixado cair, ao entrar em casa. Olhei e disse para mim mesma “não o vou apanhar, basta-me tudo o que faço nesta casa”.

Os dias foram passando e eu continuava a passar por cima do atacador certa que alguém o haveria de apanhar, afinal o meu marido e os filhos passam diariamente no hall de entrada para sair e entrar em casa.

O meu ressentimento aumentava à medida que pensava na desconsideração deles por mim. Era assim tão difícil apanhar o atacador do chão? Porque tenho que ser eu a fazer tudo? Cada dia aumentava a minha irritação, por fim baixei-me e apanhei o atacador. Quando o tinha na mão apercebi-me que ele, não era o problema. Sorri e lembrei-me do lema “até que ponto isso é importante?” Onde estava o meu programa? Como podia esperar que alguém fizesse algo sem que eu pedisse? Podia ter apanhado o atacador logo no primeiro dia e teria evitado que o assunto me perturbasse e os velhos comportamentos do passado surgissem de novo, tal como tantas vezes tinha acontecido com o alcoólico. Causei dano a mim mesma e perdi a serenidade por algo tão insignificante.

Uso esse atacador como marcador no meu livro (SB16)

Um dia de cada vez no Al-Anon para me recordar que não devo dar demasiada importância a pequenas coisas e pedir ajuda quando preciso.

Estou grata ao meu Poder Superior por colocar estes pequenos contratempos na minha vida e peço-Lhe que me guie em todas as minhas atividades.

PRATICANDO A ACEITAÇÃO

Nas primeiras reuniões de Al-Anon a que assisti pensava que eu, sim, aceitava as outras pessoas. Porém rapidamente vim a descobrir que na verdade, eu queria agradar às outras pessoas para sentir que me aceitavam.

Ao praticar os 12 Passos de Al-Anon comecei a aprender a concentrar me em mim e não nas outras pessoas, comecei a conhecer-me e a aceitar-me. Esta mudança ajuda-me a aceitar as outras pessoas tal como são.

Atualmente o meu maior problema é a minha filha alcoólica. Os pais desejam que os seus filhos tenham sucesso, é-me muito doloroso vê-la lutar com os seus conflitos…  Aprendi a aceitá-la como é, sem procurar mudá-la.

Praticar a aceitação ajuda-me a desligar-me dos seus problemas e unicamente a amá-la. É um processo que nos beneficia mutuamente. Continuo a assistir regularmente às reuniões de Al-Anon, sei que não consigo recuperar-me sozinha.

Anónimo

A CORAGEM PARA SER EU MESMA

Quando penso na maior dádiva que recebi ao praticar o programa Al-Anon tenho a certeza que foi a de ter estabelecido uma relação com um Poder Superior, Deus, como eu O concebo. Através desta relação eu descobri a coragem para reconhecer que na minha família, havia um problema com o alcoolismo. Igualmente tive a coragem para reconhecer que existiam outros problemas na minha vida.

Por esta tomada de consciência e aceitação, o meu Poder Superior deu-me a coragem de praticar os Passos em todas as minhas atividades. Ao fazê-lo pude desligar-me de muitas das minhas preocupações e, sempre que coloco ação para resolver alguma preocupação obtenho bons resultados. Estes resultados dão-me a fé para confiar que o meu Poder Superior, ajuda-me a lidar com as consequências das minhas ações e que estas, são a sua vontade para mim.

Tenho verificado muitas mudanças na minha vida ao longo dos anos da prática do programa Al-Anon e isso é devido ao facto de pedir coragem para mudar as coisas que posso.

As reuniões, os membros, os Passos as Tradições e os Conceitos de Serviço, a par da meditação, da leitura da nossa LAC* e das inúmeras conversas com minha madrinha são a fonte de toda a ajuda.

Quando peço ajuda tenho a coragem de ser eu mesma. Antes de assistir às reuniões de Al-Anon estava demasiada ocupada tentando ser a pessoa que eu acreditava que os outros queriam que eu fosse. Agora sou a pessoa que o meu Poder Superior quer que eu seja! Que maravilha, que dádiva! que gratidão ao Al-Anon e a Deus como O concebo.

Anónimo

* LAC : Literatura Aprovada pela Conferência