Entendi como é fácil voltar aos meus antigos pensamentos e comportamentos, se não estou atenta. Uma manhã, preparava-me para sair para comprar o jornal e vi um atacador de sapato no meio do hall de entrada. Pensei que fosse um dos filhos que o tinha deixado cair, ao entrar em casa. Olhei e disse para mim mesma “não o vou apanhar, basta-me tudo o que faço nesta casa”.
Os dias foram passando e eu continuava a passar por cima do atacador certa que alguém o haveria de apanhar, afinal o meu marido e os filhos passam diariamente no hall de entrada para sair e entrar em casa.
O meu ressentimento aumentava à medida que pensava na desconsideração deles por mim. Era assim tão difícil apanhar o atacador do chão? Porque tenho que ser eu a fazer tudo? Cada dia aumentava a minha irritação, por fim baixei-me e apanhei o atacador. Quando o tinha na mão apercebi-me que ele, não era o problema. Sorri e lembrei-me do lema “até que ponto isso é importante?” Onde estava o meu programa? Como podia esperar que alguém fizesse algo sem que eu pedisse? Podia ter apanhado o atacador logo no primeiro dia e teria evitado que o assunto me perturbasse e os velhos comportamentos do passado surgissem de novo, tal como tantas vezes tinha acontecido com o alcoólico. Causei dano a mim mesma e perdi a serenidade por algo tão insignificante.
Uso esse atacador como marcador no meu livro (SB16)
Um dia de cada vez no Al-Anon para me recordar que não devo dar demasiada importância a pequenas coisas e pedir ajuda quando preciso.
Estou grata ao meu Poder Superior por colocar estes pequenos contratempos na minha vida e peço-Lhe que me guie em todas as minhas atividades.
Anónino.