Há quase 3 anos que entrei para Al Anon. Vim à procura de ajuda para um problema de alcoolismo pelo qual eu me sentia afetada. Foi já depois de me ter separado do meu companheiro, que procurei o Al-Anon. O desespero era tanto, que me sentia mais perdida do que nunca e qualquer ajuda era bem-vinda. Sentia que ninguém me compreendia. Quando fui à minha primeira reunião, senti o que nunca na vida tinha sentido. Senti que quando falava, as pessoas me compreendiam. Senti-me acolhida. Com o decorrer do tempo, percebi que tinha outro familiar alcoólico e compreendi como isso afetou a minha vida, desde criança até à vida adulta. Nunca tive na minha vida um alcoólico em recuperação, mas no Al-Anon aprendi a viver em serenidade, quer o meu familiar esteja a beber ou não. Aprendi a respeitar e a aceitar verdadeiramente as escolhas dos outros, aprendi que o que é melhor para mim, pode não ser para os outros. Aprendi a não me sentir responsável ou culpada pelas escolhas dos outros. Neste
momento, estou a passar pelo internamento do meu pai. O estado de saúde é muito reservado e a qualquer momento ele pode falecer. Com a ajuda do programa consigo estar serena com a situação. A situação é consequência da
falta de cuidado da parte dele. Mas o programa ajuda-me a aceitar. Claro que me sinto revoltada às vezes, mas tenho de aceitar que foram as escolhas dele. Eu apenas tenho que lidar com o desfecho da situação. Esta minha tranquilidade permite-me dar apoio à minha mãe, que sem serenidade, não conseguiria. O Al-Anon tem-me ajudado em todas as situações da minha vida. Permite-me lidar com as coisas com mais calma, o que me traz melhores ações e respostas a todas as crises da minha vida.
Com amor em serviço
Alexandra | Grupo Sonhar em Grande
Boletim No 49 (Jan – Jun 2024)